Mobilização nas redes sociais foi tema do Estação Pátio Savassi

 MARIANNA MOREIRA

Quem não se lembra das manifestações que ocorreram por todo país, em 1983, pelas “Diretas-Já”, ou dos “Caras Pintadas”, em 1992, que lutavam pelo impeachment do então presidente, Fernando Collor de Mello. Mobilizações sociais, estas, da história recente do país, são exemplo de cidadania e defesa dos direitos de uma nação.

Hoje, com as novas tecnologias de comunicação, grande parte de mobilização social vem ocorrendo via internet; através das redes sociais. Segundo um estudo elaborado pela Universal McCann, o Brasil era, até 2009, o quarto país com maior utilização das redes sociais. No ano passado, 69% dos internautas brasileiros pesquisados disseram ter perfis em redes sociais. Enquanto você lê esse texto, inúmeras pessoas se cadastram em alguma rede social na internet.

Segundo dados divulgados pela empresa responsável pelo Twitter, o microblog tem, diariamente, 50 milhões de mensagens (Tweets). Dois grandes eventos políticos que demonstram o poder dessa rede social para a mobilização mundial são a crise no Irã após as eleições de 2009 e a crise que abalou o Senado Federal, no final do ano passado, com o caso de nepotismo envolvendo o Presidente da casa, José Sarney.

No caso do Irã, a divulgação dos resultados da eleição de 2009 deflagrou protestos que, aos internautas iranianos enviar para o mundo, via durante algum tempo, contaram com a cobertura da imprensa internacional. Quando os jornalistas internacionais começaram a ser censurados e mesmo expulsos do país, coube Twitter, o relato dos fatos que ocorriam, diariamente, em seu país. Já no caso do Senado brasileiro, o movimento "Fora Sarney" esteve entre os mais comentados assuntos do microblog, ao mesmo tempo em que manifestações nas ruas atraíam pouca gente.

Para debater sobre a mobilização social via internet, o projeto Estação Pátio Savassi, convidou o sociólogo, Daniel Perini e o especialista em Gestão de Projetos Culturais, Artur De Leos, para ministrarem a palestra “Como pensar a mobilização política nas redes sociais?”.

O evento foi neste sábado, 27 de março, 
no anfiteatro do Pátio Savassi (Av. do Contorno, 6061 Savassi). O objetivo foi entender até que ponto as mídias sociais são capazes de interferir na esfera pública e de influenciar na agenda política.

Para o sociólogo, Daniel Perini, o Twitter tem despontado como uma importante ferramenta para mobilizar as pessoas. “Mobilização é uma ação coletiva e a internet diminuiu esse custo de participação. Essas ferramentas permitem que o internauta converse com muitas pessoas ao mesmo tempo, sem sair casa. A internet abriu um espaço novo que é muito democrático”, afirma Daniel.

Artur De Leos acredita que a agilidade e instantaneidade, na qual a informação é propagada por essas ferramentas de comunicação, são as principais vantagens da mobilização online. "A rede tem força para mobilizar jovens, ao mesmo tempo em que coloca os políticos sob análise, tudo em tempo real e as pessoas respondem imediatamente. Além do mais, a internet é descentralizada, há muitos agentes. Então o boicote (ao movimento) vai ser feito por quem?”, questiona Artur.

Para eles, a tendência de um movimento que tem relevância e nasce na internet é sempre crescer. A proposta do encontro promovido pela Estação do Saber e pelo Shopping Pátio Savassi é relatar e refletir sobre as experiências políticas vividas pelos palestrantes, apresentar ferramentas virtuais contemporâneas e questionar colaborativamente o alcance dessas possibilidades na vida cidadã.

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